Prata e Bronze

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

The Brave and The Bold





O nome The Brave and the Bold, dentro da DC Comics se tornou o sinônimo de encontros (team-ups) de Batman e outro personagem da casa. Mas pouca gente sabe que B&B é um título muito mais antigo, que tem alguns eventos históricos dentro de seu run de 200 números. Foi nele que surgiram a Liga da Justiça da América (número 28, 1960) e a Turma Titã (54, 1964)  e a volta de Hawkman (34, 1961). Foi nele que Neal Adams começou a transformar o Batman, depois de uma fase camp gerada pelo sucesso da série com Adam West em 1966 em um personagem mais sombrio.  E foi também em B&B que Jim Aparo, um dos artistas mais associados com o Homem-Morcego, começou a desenhar o Batman.

E The Brave and the Bold pode também, foi durante um tempo,  um título de “entrada” para personagens mais obscuros, assim como a Showcase,  outro mítico título da editora.  Além disso, muitos personagens que haviam perdido seus títulos puderam encontrar refugio nas suas páginas.

O Início

Mas, ainda antes de tudo isso, ela foi uma revista de aventuras “históricas”, aos moldes da Valor, da EC Comics que havia surgido no início de 1955, meses antes do primeiro número da B&B. Três personagens faziam parte da B&B, a antologia: Príncipe Viking (ilustrado por  Joe Kubert), Silent Knight (Irv Novick) e Golden Gladiator (Russ Heath) . Golden Gladiator logo foi substituído por Robin Hood (ilustrado por Russ Heath).





Bob Kanigher era o editor de B&B nesse início do título, assim como o seu escritor principal.  Mas algumas histórias foram escritas por Bill Finger, France Herron e Bob Haney, que depois ficaria muito associado ao título.

Intermezzo

Enquanto isso, no final dos anos 50, a já citada Showcase estava sendo usada como um título teste e havia trazido de voltas novas versões da Era de Ouro, como o Flash e o Lanterna Verde. Então, em 1959, a partir do número 25, a B&B deu uma guinada e começou a imitar a Showcase e tentar um novo sucesso. Suicide Squad foi o primeiro, um título de guerra e espionagem de Kanigher, que depois de lacônicos três números (e mais uma tentativa em 1961) foi esquecido... Quando voltou na década de oitenta o conceito era bem diferente.  O primeiro acerto veio logo em seguida, no número 28 (1960) com a estréia da Liga da Justiça da América, de Gardner Fox e Mike Sekowsky, que ficou três números em B&B e ganhou título próprio.




Kanigher tentou novamente, com a criação de Cave Carson (número 31, 1960). Assim como aconteceu com Suicide Squad, logo desistiram do personagem (apesar de ter mais uma chance de dois números, em 1962. Outro sucesso no número 34, com a volta de Hawkman, de Garner Fox e Joe Kubert.  Três números consecutivos e depois a sua volta para mais três (42-44) antes de ganhar título próprio.





Mas apesar os sucessos com a Liga da Justiça e Hawkman, estava longe de ser a Showcase. E foi percebido que a editora não comportava dois títulos assim.

O editor Julius Schwartz então criou uma série dentro de The Brave and the Bold: Strange Sports Stories, que durou entre os números 45 e 49.Uma antologia bizarra que, como diz o nome, mostrava esportes estranhos, que iam desde times de baseball invisíveis a boxeadores fantasmas.




Foi também Schwartz que veio com a próxima ideia: encontros entre os super-heróis da casa. Ideia mais tarde copiada pela Marvel ( Marvel Team-Up e Marvel Two-in-One) e a própria DC (DC Comics Presents).

Mas,por incrível que pareça, o primeiro encontro não tinha o Batman.

A Era dos Team-Ups

O primeiro encontro de dois heróis em The Brave and the Bold foi nesse número 50, entre o Arqueiro Verde e o Caçador de Marte, inclusive com algo que veio se tornar a marca registrada da série: os logotipos dos dois heróis colocados lado a lado na capa.


Hoje, parcerias de heróis são algo extremamente comum, mas na época que essa B&B foi publicada era algo raro. Na Era de Ouro tivemos lutas entre super-heróis, como Namor contra o Tocha Humana. Ou  a Sociedade da Justiça, Os Sete Soldados da Vitória e os Jovens Aliados. Mas todos esses eram grupos. A exceção era World’s Finest, que tinha Superman e Batman. Mas mesmo World’s Finest era uma parceria contínua. Heróis diferentes a cada número é um conceito iniciado por The Brave and the Bold.

Uma coisa deve ser entendida. Por mais estranho que pareça falar isso nos dias de hoje, na época os personagens e títulos eram estanques. Fora de Justice League of America, parecia que os heróis da DC nem mesmo viviam em um mesmo universo. Quando B&B trouxe dois heróis distintos em uma mesma aventura foi algo totalmente novo.

É de se estranhar a escolha desses dois heróis para o primeiro team-up. Não eram, de forma alguma, pesos-pesados. A impressão que tenho é que eles estavam testando o mercado. Mas se foi realmente isso, já no próximo número (51) eles começaram a colocar os personagens mais conhecidos. Ao contrário dos do número anterior, Aquaman tinha seu título próprio na época e Hawkman estava em vias de ganhar o seu.



E aí se iniciou uma tendência, que mais tarde seria o mote da série com o Batman: os números subsequentes tinham sempre um herói com um título próprio. Assim, os  mais conhecidos (Flash, Mulher Maravilha) se encontravam com outros de não tanta relevância (Supergirl, Eclipso). Era como se o editor pensasse: “o leitor compra por Batman, mas damos a ele o Espectro. Isso pode gerar interesse e fazer que esse leitor busque mais histórias desse último”.

Quando os team-ups se iniciaram, B&B teve vários editores. Os primeiros cinco números tiveram edição de George Kashdan e Murray Boltinoff (com exceção de do número 52, com os heróis de guerra, editado por Kanigher). E Kashdan logo começaria a editar o título sozinho.



Uma miríade de artistas passou por B&B no período: Murphy Anderson, Alex Toth, Bruno Premiani, Ramona Fradon, Joe Kubert, Win Mortimer, entre tantos outros. Era impossível saber quem seria o próximo artista em B&B. A única certeza é que ele seria escrito por Bob Haney.




Haney começou na DC ainda no final dos anos 50, vindo de vários trabalhos para editoras como a Fawcett,Quality, Dell e Harvey. Na DC, ele trabalhou inicialmente nos títulos de guerra, tendo escrito histórias para a Star Spangled War Stories, All-American Man of War, Blackhawk e até mesmo Tomahawk (que tinha como tema a guerra da independência). Também havia escrito vários números de Aquaman, além de co-criar (com Arnold Drake e Bruno Premiani) Doom Patrol e Metamorfo (com a artista Ramona Fradon).




(Bob Haney, por Jim Aparo)






Aliás, Metamorfo foi responsável por interromper os team-ups, com dois números (57 e 58) apresentando o personagem.






Com a Batmania em alta (graças ao seriado) o personagem ganhou uma seqüência de aparições no título, antevendo o formato que ele adquiriria: uma revista de encontros de Batman com outro personagem da casa. 




Entra Neal Adams

The Brave and the Bold  foi o primeiro trabalho de Adams para o Batman. Neal Adams tinha feito pouca coisa nos quadrinhos, mas seu belíssimo trabalho em Ben Casey (uma tira de jornal inspirada na série de TV) logo fez que ele fosse percebido. Ele começou a trabalhar em The Spectre (que logo abandonou) e Strange Adventures (com Deadman, ou O Desafiador, no Brasil).

Em uma entrevista ao podcast de Kevin Smith, Fatman on Batman, Adams conta que ele queria desenhar o Batman. Então ele foi a Julius Schwartz e pediu para desenhar o título. Schwartz negou, já que ele tinha abandonado The Spectre (editado pelo próprio Schwartz) e trocado por Deadman, que tinha a edição de Jack Miller. Apesar de fazer algumas capas para a B&B, ele queria mesmo era fazer a arte interna. Então, ele conversou com Murray Boltinoff e pediu para fazer uma história, coisa que foi imediatamente aceita pelo editor.

No número 79 (1968), o início da colaboração de Adams e Haney tem em B&B tem Batman e (é claro), Deadman.



Adams já entrou com o pé na porta: alongou as orelhas do capuz de Batman e fez que a sua capa ficasse maior e mais esvoaçante, lembrando apropriadamente asas de morcego. E ele não dava muita bola para o roteiro de Haney. Se estivesse escrito “dia”, ele colocava a cena a noite, onde ele achava (com razão) que o personagem pertencia. Haney era inteligente o suficiente para perceber que essas mudanças eram obviamente para melhor, e começou a escrever histórias cada vez mais sombrias. Uma coisa deve ser dita sobre Haney: ele sabia aproveitar os artistas que ilustravam suas histórias.
A colaboração de Adams para a B&B se encerrou no número 86 (apesar dele ter voltado no número 93 para desenhar um script de Denny O’Neil, colocando Batman na Casa dos Mistérios).








Em sua curta estada em B&B, ele deixou uma marca indelével no título. Inclusive ele foi o responsável pelo novo visual do Arqueiro Verde, no número 85 (1969). A razão para Adams ter saído de B&B é simples: Schwartz percebeu que o melhor Batman da editora não estava nem em Batman nem em Detective Comics. Ele não pensou duas vezes e colocou Adams no título principal, onde ele começou o maravilhoso run com Denny O’Neil. Mas essa é, literalmente, outra história. 




Cronologia? Pra que cronologia?

Uma das coisas que Haney nunca respeitou em The Brave and  the Bold foi a cronologia. Bem, para sermos justos, a ideia cronológica quase que anal-retentiva surgiu para valer mesmo com o nascimento do Universo Marvel, em Fantastic Four 1, portanto ainda era muito recente na época e a DC ainda não havia sucumbido a ela. Sendo um escritor “as antigas”, partidário do “se a cronologia atrapalha uma boa história, ao diabo com a cronologia”.

Isso fica muito claro no número 84, em “The Angel, the Rock and the Cowl”, que mostra o Batman dos anos sessenta e o herói da Segunda Guerra Mundial, o Sargento Rock. Haney mostra um jovem Bruce Wayne em seus primeiros dias como o Batman, ajudando Rock e a Companhia Moleza  em uma missão. Então, no momento em que a história começa, no tempo presente (final da década de sessenta), o Batman já teria quase cinqüenta anos. Considerando que a DC no período havia congelado tanto o Batman quanto o Superman nos seus eternos trinta anos, é um anacronismo, para dizer o mínimo.




E não foi só isso. Wildcat, um herói da Terra-2, apareceu no número 88 em uma história que teoricamente se passa na Terra-1. E como Haney gostava do personagem, ele apareceu ainda em quatro (!) outras edições, criando mais confusão. Logo os fãs começaram a dizer que as histórias de B&B se passavam em outra Terra, a Terra-“B”. O “B” pode ser de “Boltinoff”, “Bob” (Haney) ou “Brave and Bold”. Ou todos eles.




Apesar disso, várias das histórias de Haney tiveram repercussões fora de B&B. Por exemplo, além da já citada mudança de visual do Arqueiro Verde, tem Bruce Wayne encontrando o irmão de Joe Chill, o homem que havia matado seus pais (no número 79, aquele primeiro de Adams). 



Jim Aparo, o artista supremo de The Brave and the Bold

Em 1970, Murray Boltinoff colocou um novo artista no título para substituir Adams, Nick Cardy. Cardy já havia trabalhado com Haney em Aquaman e Teen Titans. Ele fez os números 91, 92 e 94 a 96. A fase de Cardy é extremamente apreciada pela maioria dos leitores. Ele mais uma vez reduziu as orelhas e capa de Batman, mas o seu estilo combinou com os roteiros urbanos de Haney. E seu talento para desenhar mulheres foi aproveitado pelo escritor.






Cardy saiu do título em 1971, deixando Boltinoff mais uma vez atrás de um desenhista fixo para B&B. E a resposta estava bem de baixo do seu nariz.

Jim Aparo começou a trabalhar na DC no final dos anos sessenta, vindo da Charlton (onde havia desenhado inclusive The Phantom). Ele fez um longo arco de Aquaman, envolvendo o desaparecimento de Mera, a esposa do senhor dos mares. Ao mesmo tempo, ele fazia The Phantom Stranger.

Então, quando o personagem fez uma aparição no número 98 (1971), Boltinoff o chamou para desenhar a história.



Aparo nunca havia desenhado o Batman antes, mas quando o fez foi espetacular. O seu Batman era definitivamente  mais esbelto que o de Cardy e se aproximava do de Adams, o qual injustamente foi acusado de ser um clone. Nada mais longe disso. Ele tinha um estilo próprio e totalmente reconhecível. Ele conseguia retratar os personagens da DC de uma maneira primorosa, e mesmo aqueles que tinham uma forte identidade visual com seus criadores e/ou artistas principais, como o Flash (de Carmino Infantino), Kamandi, Etrigan ou Mr Miracle (de Jack Kirby) ficavam maravilhosos em seu traço.





Seu storytelling era cinematográfico, com movimentos e cortes de câmera extremamente dinâmicos. Além disso, ele fazia a sua própria arte-final e letreiramento (inclusive as onomatopéias).
Bob Brown voltou com B&B 99. Mas Boltinoff, como não poderia deixar de ser, ficou encantado com o trabalho de Aparo. E então, no centésimo número, ele e Haney começaram uma das mais duradouras parcerias dos quadrinhos. E o artista, que preferia trabalhos mais low profile foi catapultado para a posição de artista principal do título do Batman que mais vendia no momento.
Mais uma vez, Haney mudou a sua versão do Batman. Desde que O’Neil e Adams tinham o deixado mais sombrio, esse era o tom. Apesar do Batman de Haney não ser uma versão em papel de Adam West, ele não era sério (ou sombrio) demais. Haney, parece-me, entendia que a mídia não podia ser totalmente voltada para adultos. Ou crianças.





Além disso, o seu Batman era, como descrito por um crítico, um “James Bond de capuz” nesse período Haney/Aparo. Ele viajava pelo mundo e lutava contra terroristas, cientistas loucos, espiões, seqüestradores e, por que não, demônios, sacerdotes vudu e super-vilões. O senso de entretenimento nunca foi tão grande quanto naquelas histórias de Batman em B&B, não importando se ele estivesse em Gotham, Timbuctu ou no espaço.



E, é claro, mais uma vez Haney estava se lixando para a continuidade, se importando apenas com a história.

Por exemplo, em B&B 106, Oliver Queen, o alter ego do Arqueiro Verde é mostrado como um milionário. Mas já tinha sido mostrado nas páginas de Justice League of America e Green Lantern que ele havia perdido a sua fortuna.

E no número 124, possivelmente a mais estranha de todas as histórias. Batman e o Sargento Rock encontram... Jim Aparo. A quarta parede é quebrada em uma das mais marcantes histórias de todo os 200 números de B&B









É claro, isso gerava cartas de fãs irados, mas Haney era apoiado totalmente por Boltinoff. Afinal, ele sabia que o título vendia bem por causa de (ainda que não só por isso) da parceria Haney/Aparo.

Descansando à sombra de louros

Pelo número 128, o título não estava tão bem das pernas, já que tanto Haney quanto Boltinoff começaram a usar team-ups apenas de personagens mais familiares. O Arqueiro Verde apareceu várias vezes (não é a toa que na série animada ele é um personagem constante). O mesmo ocorreu com o Wildcat, o Coringa e o Sargento Rock. Boltinoff então foi substituído por Denny O’Neil no número 132, mas sua passagem foi curta, saindo no 139. Ele foi substituído por Paul Levitz.









Levitz era o editor dos outros bat-títulos, Batman e Detective Comics. Era de se esperar que ele trouxesse o Batman de B&B para mais próximo dos que editava. Mas em sua primeira declaração como editor, ele disse que “Haney e Aparo só sairiam do título “sobre o meu cadáver”.

De qualquer forma, ele re-energizou o título. Os números 142 e 143 (1978) mostraram uma história em duas partes, com convidados diferentes em cada um deles (Aquaman e Creeper, respectivamente). Além disso, O Alvo Humano, de Len Wein e Dick Giordano (que antes eera publicado na Action Comics) começou a aparecer em back-ups no título, antes de migrar para a Detective Comics.





No número 145, The Brave and Bold passou a ser mensal. E no número 150, uma edição especial, nós temos “Batman e...?” em uma tentativa de fazer o leitor tentar descobrir quem era o convidado, que acaba sendo o Superman, velho parceiro da World’s Finest, em sua única aparição em B&B. E uma oportunidade única dos fãs verem a versão de Jim Aparo para o Homem de Aço. 


Haney continuou a escrever boas histórias, mas continuava a ignorar como o Batman era caracterizado em outros títulos. Levitz começou a pedir que outros escritores, como Mike W. Barr e Cary Burkett “consertassem” os scrips. Obviamente, isso não foi do agrado de Haney. O passo seguinte foi o mais lógico: Haney é substituído, apesar da declaração de Levitz quando assumiu o título.

Então, com o número 157, de dezembro de 1979, Bob Haney, o escritor que definiu o título se despede de The Brave and the Bold. Foi o fim de uma era.



Na introdução de  Batman Illustrated by Neal Adams, o artista comenta sobre Haney: “Apesar de não terem o reconhecimento que elas merecem, as histórias de Bob Haney são clássicos na tradição dos super-heróis, com seus dramas e densidade no roteiro, com mudanças surpreendentes. Haney nunca será pago o suficiente em vida pela sua contribuição para o gênero. E isso é uma vergonha”.

Haney continuou escrevendo Unknown Soldier até o seu cancelamento, em 1982. E sumiu das páginas da DC. Depois de trinta anos colaborando com a editora, ele simplesmente se tornou mais uma página virada. Ele recebeu o Bill Finger Memorial Award for Excellence in Comics Writing , dado pela comissão dos prêmios Eisner, em 2011. Infelizmente, ele havia morrido em 2004, com 78 anos.

O fim

The Brave and the Bold continuou até o número 200, de Julho de 1983. Mas apesar de ser ilustrado principalmente por Aparo, a mágica tinha acabado. Ele tinha se tornado, apesar da quantidade de escritores que passaram por ele, um título previsível e formulaico. Uma das poucas exceções é o ótimo número 181, de Alan Brennert (que foi trazido para o título por Dick Giordano, quando ele assumiu a editoria do título. Brennert foi escritor de vários programas de TV, incluindo Buck Rogers in the 25th Century).

Nesse número, Batman encontra Rapina e Columba e, na tradição de Haney, ignora muito da cronologia, mostrando-os como adultos, sendo que os seus colegas Titãs, em outros títulos da época continuavam adolescentes. Santa Ironia, Batman!



No final de1982, Len Wein se tornou o editor de B&B, substituindo Dick Giordano. Na época já existiam rumores que o título seria cancelado, o que foi confirmado por Wein no número 195. The Brave and the Bold, naquele período que os quadrinhos estavam mudando, se tornou um anacronismo, sendo considerado um fóssil pela maioria dos leitores.

Então com o número 200, uma edição de 68 páginas em uma história de Mike W Barr e desenhos de Dave Gibbons que colocava o Batman da Terra-1 e o da Terra-2 em uma aventura em dois períodos diferentes, a edição deu adeus.




O Legado

The Brave and The Bold gerou todo um novo estilo de quadrinhos, os títulos de team-ups. A Marvel usou e abusou do formato. A DC lançou em 1978 a DC Comics Presents, com o mesmo formato, mas usando o Superman, que durou  97 números e quatro anuais, de 1978 a 1986.

Em 2008, estreou o desenho animado de mesmo nome, com três temporadas e 65 episódios, em uma das mais interessantes versões animadas de Batman.

Em 2007, a DC lançou o segundo volume da série, inicialmente com o roteiro de Mark Waid e desenhos de George Pérez. A série durou 35 números, terminando em 2010.

Mas acima de tudo, The Brave and The Bold foi um título que mostrou que os quadrinhos podiam ser divertidos, com um alto valor de entretenimento. Sem amarras, sem  preocupações. E no final, essa foi a sua maior ousadia.

Bravo.

Serviço

As histórias  (ainda que não todas) de The Brave and the Bold podem ser lidas em vários reprints. Os melhores são em três volumes do Showcase Presents (edições em preto e branco com mais de 500 páginas) e  em dois volumes em capa dura chamados The Legends of the Dark Knight: Jim Aparo.

No Brasil, B&B teve histórias publicadas pela EBAL. A fase “histórica” como backups em vários títulos e os team-ups se espalhando por vários, títulos, o mais notável deles Superduplas (com 24 números, de 1978 a 1980. A editora Abril também chegou a publicar algumas histórias no primeiro volume de Batman, em 1984.

Agradecimentos ao Toni Rodrigues. Essa é para você, Toni.














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